segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CABEÇA DE VELHO PASTOR "VEIROS -ALENTEJO" PUBLICADA POR JOÃO DE CASTELO BRANCO


memoriarecenteeantiga.blogspot-pt

Cabeça de velho pastor
Veiros - Alentejo 

Foto obtida em 23 de Abril de 1973 

Publicada por João de Castelo Branco



POEMA DE MANUELA MEDEIROS AO PASTOR POETA FRANCISCO HENRIQUES










AO POETA PASTOR ALENTEJANO
SR.FRANCISCO HENRIQUES

Ao poeta pastor
Que na memória trás guardado
O que pensa com amor
Nos campos a guardar o gado


A memória é seu caderno
   Caneta e lápis não precisa

No verão ou no inverno
Vai pensando e memoriza



Voz bem tradicional

Afinada com o tempo

Que nos campos,afinal
Lhe deixa livre o pensamento



As ''canitas''ensinou

São a sua companhia

Se uma, a loiça já lavou
A outra fica de vigia...



M.Medeiros


PASTOR ALENTEJANO COM POEMA DE EUGÉNIO DE ANDRADE






Pastor, pastorinho,
onde vais sozinho?

Vou àquela serra
buscar uma ovelha.


Porque vais sozinho,
pastor, pastorinho?



Não tenho niguém
que me queira bem.



Não tens um amigo?
Deixa-me ir contigo.



(Eugénio de Andrade)
foto pastor-Maria Madalena Percheiro




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

MANUEL GRAÇA CANTOR AO BALDÃO FALA-NOS DA TRADIÇÃO DESTE MODO DE CANTAR E DE SUAS REGRAS MUITO PRÓPRIAS



CANTO AO BALDÃO NA FEIRA DE CASTRO

E CHEGOU O GRANDE DIA DE MAIS UM GRANDE ENCONTRO DE CANTADORES DE BALDÃO E VIOLA CAMPANIÇA ,A FEIRA DE CASTRO VERDE SEMPRE FOI O SANTUÁRIO DOS CANTARES AO DESAFIO DESPIQUE E BALDÃO ,DURANTE ANOS PARA ALI CONVERGIAM TODOS OS GRANDES CANTADORES DO SUL DO PAIS ,FICARAM CELEBRES NOMES COMO ZÉFINHA DE PORTEL ,CASTRO DE CUBA, MATIAS CEGO ,FAISCA ESTES SEGUNDO CREIO ERAM DA SERRA ALGARVIA .MANUEL PEDRO E MANUEL JOÃO AMBOS DA ALDEIA DOS FERNANDES E OUTROS MÁIS QUE AGORA NÃO ME OCORRE,COM O PASSAR DOS ANOS ESTES CANTADORES FORAM SENDO LEVADOS PELOS ANOS E AS COISAS FORAM MUDANDO ATÉ A PRÓPRIA FEIRA MUDOU ,ANTIGAMENTE A FEIRA DURAVA UMA SEMANA AGORA COM OS NOVOS MEIOS DE TRANSPORTE AS FEIRAS ARMAM-SE E DESARMAM-SE EM POUCO TEMPO ,O CANTE E OS CANTADORES FORAM DESAPARECENDO DA FEIRA DE CASTRO E DURANTE ANOS JÁ NÃO SE FAZIA OUVIR ATÉ QUE O MUNICIPIO DE CASTRO VERDE A RÁDIO CASTRENSE A CORTIÇOL EO PROGRAMA PATRIMONIO RESOLVERAM REAVIVAR A TRADIÇÃO E APARECERAM AINDA ALGUNS CANTADORES QUE POR AQUI E POR ALI AINDA NÃO SE TINHAM ESQUECIDO DE TODO DO QUE ERA A VELHA TRADIÇÃO DOS CANTARES AO DESAFIO ,DESSES NOMES UM VEM LOGO Á CABEÇA OAQUELE QUE FOI CONSIDERADO A ABELHA MESTRA DO BALDÃO ANTÓNIO JOSÉ BERNARDO,EOUTOS COMO MANUEL DIMAS, ANIBAL JESUINO ,SOBIOTE ,ANTONIO FOROA ,ALDEMIRO LEONEL DE SANTANA ANTÓNIO DO PINHO,MARIANA MARIA ,CHICO DO MOINHO,MANUEL TERESA E OUTROS MAIS MAS APARECEU UM MOÇO MAIS NOVA CHAMADO JOSÉ GUERREIRO. ANTIGAMENTE NA ZONA DE CORTE MALHÃO HAVIA MUITOS MOÇOS NOVOS QUE CANTAVAM MUITO BEM,QUANDO EU ERA ADOLESCENTE HAVIA VÁRIOS MOÇOS DEZ QUINZE AMOS MAIS VELHOS QUE EU E QUE ERAM DESCENDENTES DE GRANDES CANTADORES E JÁ SEGUIAM OS MESMOS PASSOS MAS COM A GRANDE MUDANÇA NAS SUAS VIDAS FORAM INDO UNS PARA O ALGARVE OUTROS PARA LISBOA E MARGEM SUL OU PARA O ESTRANGEIRO E ASSENTARAM AS SUAS VIDAS NOUTRAS PARAGENS SAIRAM FORA DO AMBIENTE DO CANTE E PERDERAM-SE PARA SEMPRE PARA ESTA TRADIÇÃO TODOS MENOS UM UM MOÇO QUE FOI TRABALHAR PARA A ZONA ALGARVIA ANDOU PELO MÉDIO ORIENTE E VOUTOU AO ALGARVE ONDE CONSTRUIU A SUA CASA E ASSENTOU ARRAIAIS NA ZONA DE ALBUFEIRA ,QUANDO SE INICIARAM OS CANTES DA FEIRA DE CASTRO ESTE CANTADOR O MAIS JOVEM DE TODOS DISSE PRESENTE MANTINHA INTACTO O GOSTO PELA TRADIÇÃO DO CANTE CHAMA.-SE JOSÉ GUERREIRO CONHECIDO PELO AMETADE NÃO POR SER DE BAIXA ESTATURA MAS POR TER SIDO NASCIDO E CRIADO NO MONTE DO CORGO DA AMETADE . É ESTE GRANDE CANTADOR DE BALDÃO QUE É HOJE HOMENAGEADO NO BALDÃO DA FEIRA DE CASTRO,TODAS AS HOMENAGENS TEM SIDO JUSTAS E MERECIDAS MAS ESTA É DAS MAIS MERECIDAS ,NENHUM OUTRO CANTADOR TEM PALMILHADO TANTOS KILOMETROS E CO0NSUMIDO TANTOS LITROS DE GASOLEO E DISPENSADO TANTO DO SEU TEMPO AO BALDÃO COMO ESTE COMPANHEIRO,NÃO É UM CANTOR DE DISCUTIR ASSUNTOS ELE PRÓPRIO O RECONHECE MAS A SUA PRESENÇA NA RODA É SÓ POR SI A GARANTIA DE UM CANTE VIVO E PICADO,HÁ DIAS DIZIA O AMIGO ANIBAL JESUINO QUE O AMETADE PODE LEVAR NAS ORELHAS NUM CANTE MAS NO FIM SAI A RIR E ABRAÇANDO TODOS E ASSIM É QUE DEVE SER EU JÁ VI POR DUAS VEZES UM CANTADOR SAIR CHATEADO E REMOENDO NAS CANTIGAS QUE LHE CANTARAM PORQUE LEVA A SÉRIO O QUE LHE É CANTADO ,NÃO ESTÁ CERTO O QUE SE CANTA NA RODA NÃO É PARA LEVAR A SÉRIO, NÓS OS CINCO CANTADORES DA CORTE MALHÃO EU O AMETADE O RIBEIRO O ALAGOA EO ZAMBUJEIRA TEMOS FEITO GRANDES CANTES DE BALDÃO BEM PICADOS UNS COM OS OUTROS O ZAMBUJEIRA É MEU IRMÃO O RIBEIRO É MEU CUNHADO ORIBEIRO É CUNHADO DO ZAMBUJEIRA O ALAGOA É PRIMO DE NO´S OS TRES O AMETADE NÃO É DE FAMILIA MAS É UM AMIGO DO PEITO E NO ENTANTO NO BALDÃO NÃO HÁ LAÇOS FAMILIARES PICAMO-NOS UNS AOS OUTROS MAS É SÓ NO CANTE QUANDO O CANTE ACABA NÃO MAIS SE FALA NO QUE SE CANTOU É ESTA A REGRA DO CANTE NINGUEM SE OFENDE COM O QUE SE CANTA CLARO QUE NÃO SE CANTA SOBRE A VIDA PRIVADA DE CADA UM BOA TARDE AMIGOS VOU ATÉ CASTRO VERDE


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

DOÇARIA ALENTEJANA BOLEIMA ALENTEJANA





Boleima Alentejana
Alter-do-Chão
Ingredientes:
500 g de farinha ;
200 g de açúcar amarelo ;
3 ovos inteiros ;
2 dl de azeite ou óleo ;
2 dl de leite c/ café ou só leite ou só café ;
raspa de limão (facultativo)
1 colher de café de fermento em pó
Confecção:
Mistura-se tudo muito bem, depois bate-se com a mão de modo a envolver, e fazer uma massa homogénea e compacta. Unta-se previamente um tabuleiro com óleo ou azeite, e deita-se a massa.
Seguidamente com as costas de uma faca como que vincando, dá-se uns golpes na massa superficialmente não profundos.
1º. Efectua-se o corte ao alto;
2º. Depois o corte atravessado.
Em seguida, espalha-se por cima açúcar amarelo e canela de modo a cobrir a superfície da massa no total.
E vai ao forno quente, cerca de 40 minutos ±, até estar alourado, para melhor verificação da cozedura da massa espetasse-lhe um palito e se este sair seco está no ponto…
Aí está a Famosa e Rica BOLEIMA ALENTEJANA !!!
Bom Apetite…
fonte: receita talvez desta Srª. Isabel Morais Pousadas


DOÇARIA DO ALENTEJO NÓGADOS DE BEJA






Geralmente associado ao azeite, o mel constitui o ingrediente fundamental de uma série variada de doces típicos do Alentejo....Nógados de Beja 

DOÇARIA DO ALENTEJO SERICAIA DE AMEIXAS





Sericaia com Ameixas de Elvas

O Convento das Clarissas de Elvas e o Convento das Chagas de Vila Viçosa. 
O toque da canela, e a sua textura fofa, fazem deste doce uma verdadeira delicia. É acompanhado pelas famosa ameixas de Elvas, o que vem enriquecer ainda mais esta especialidade alentejana.
Faz-se assim:



Ingredientes:



1l leite
400g de açucar
12 ovos
125g de farinha
2 paus de canela
1 limão
sal fino q.b.
canela em pó q.b.
ameixas de Elvas q.b.



Preparação:



Pré-aquecer o forno a 225º. Leve ao lume o leite com duas cascas de limão, os dois paus de canela e uma pitada de sal. Deixe ferver, retire e deixe arrefecer um pouco. Entretanto bata as gemas com o açucar até obter um creme fofo. De seguida dissolva a farinha num pouco de leite fervido. Junte de novo ao leite. Adicione também a mistura das gemas com o açucar, e leve a lume brando, até engrossar, mexendo sempre. Retire do lume, tire a casca de limão e o pau de canela e deixe arrefecer. Bata as claras em castelo bem firme, e incorpore, com cuidado, no preparado anterior, que deverá estar morno. Deite o creme num prato largo e fundo de barro, e polvilhe abundantemente com canela em pó. Leve ao forno durante cerca de 1 hora. Faça o teste do palito.
Acompanhe com ameixas de Elvas.
Para deixar as ameixas, um pouco mais moles e desfeitas, como eu gosto, levo ao lume as ameixas com um pouco de àgua e deixo ferver 10 minutos, mexendo ocasionalmente.


DOÇARIA DO ALENTEJO ENXOVALHADA





Enxovalhada (Alentejo)
A enxovalhada é um bolo de Natal tradicional da doçaria alentejana, mais concretamente da região do Alentejo Central (Montemor-o-Novo). É um bolo muito saboroso e a receita é extremamente simples. Fica com uma consistência que faz lembrar uma queijada maciça e o toque final do açúcar e canela faz toda a diferença.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

MOINHO DE VENTO EM SERPA COM POEMA DE MANUEL GRAÇA






Era lindo ,os moinhos de vento
Em tempos que já lá vão
Cairam no esquecimento
Só resta a recordação

Dava gosto admirar
Nos pontos mais elevados
Moinhos de vento caiados
Quatro velas a girar
O grande mastro a rodar 
Com grande desenvolvimento
Proporcionando o movimento
A toda aquela egrenagem
Embelezavam a paisagem 
Era lindo,os moinhos de vento

Quando o moinho moia 
O vento certo a soprar
Ouvia-se os buzios tocar
Uma bela melodia
Como se fosse uma sinfonia 
Em perfeita afinação 
As mós a moer o grão
Saindo farinha e farelo
Mas esse património rico e belo
São tempos que já lá vão

A vida foi evoluindo 
Foi morrendo a agricultura
Uma doença sem cura
Os moinhos foram caindo 
As pessoas foram desistindo
Foram perdendo o alento
Procuraram outro intento
Para a sua sobrevivência
Os moinhos entraram em decadência
Cairam no esquecimento

Os moinhos estão perdidos 
Que a vida assim se prestou
A agricultura falhou 
Aos poucos foram esquecidos
Em ruinas destruidos
Não voltam a moer grão
Foram levados a extinsão
Como se vê por ai fora
Dessas belezas de outrora
Só resta a recordação

Manuel Graça


MOINHOS DO ALENTEJO SANTIAGO DO CACEM



Moinhos do Alentejo

Nas noites, desaparecem moinhos,
Envoltos por névoas sombrias!
São pontos assim, tão pequeninos...
Túmulos de moagens vazias!

Pálida, a lua se esconde embuçada, 
E vai suspensa num violáceo céu!
Aparece!...Ó lua amortalhada!
Descerra a claridade com teu véu!

As mós, os moleiros sulcam sozinhos!
E o vento, soprando no Alentejo,
Vai girando incansáveis, os moinhos!

Ó brisa suave...Eterna companheira!
Realiza-nos o último desejo...
Gira-nos as pás na volta derradeira!

Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

ARTESANATO TAPETES DE ARRAIOLOS


CONJUNTO DE PEÇAS DE ARTESANATO S. PEDRO DO CORVAL REGUENGOS DE MONSARAZ


OLARIA S.PEDRO DO CORVAL REGUENGOS DE MONSARAZ


ARTESANATO DO ALENTEJO CESTOS DE VERGA VILA DE BARRANCOS


VÁRIAS PEÇAS DE ARTESANATO DO ALENTEJO COM SUAS FIGURAS EMBLEMÁTICAS DA REGIÃO E FORMATOS VARIADOS


ALFORGES UTENSILIO MUITO UTILIZADO NO SÉCULO PASSADO NO TRANSPORTE DE GÉNEROS ALIMENTÍCIOS E OUTROS QUER PELO HOMEM OU POR ANIMAIS


MANTAS ALENTEJANAS DE LÂ E DE RETALHO


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

POEMA DE DEODATO ANTONIO PAIAS POETA POPULAR ALENTEJANO







POEMA SOBRE A AGRICULTURA

Agricultura abandonada
Alguém disso foi culpado
Foi quem assinou o tratado
Dessa grande desenvoltura
Pagar para não semear
Para a terra não lavrar
Cavaram a nossa sepultura
Sem de nada perceber
Isto é no meu entender
Nada no campo se afigura.


O campo está selvagem
Há muita falta de limpeza
É um perigo de certeza
Alterar assim a paisagem
Maior perigo de incêndio
Vai trazer maior dispêndio
Devido ao excesso de folhagem
A falta da terra lavrada
E da limpeza acompanhada
Nesta floresta selvagem.



No campo não há trabalho
Acabaram as mondadeiras
Já se não vêem as ceiferas
Até nem se ouvem chocalhos
Os rebanhos diminuiram
Tudo no campo destruiram
Só agora existem encalhos
Ninguém já vai desmatar
Nem o arvoredo limpar
No campo não há trabalhos.




Deodato António Paias... Poeta Popular Alentejano.


POEMA DE JOSÉ DA SILVA MÁXIMO POETA POPULAR ALENTEJANO




QUASE NO FIM
O homem vira empecilho
Velho e atacado p’lo mal;
Tenha ou não algum filho
Vai morrer ao Hospital

Meu Deus como o homem fica
Quando a vida está no fim!
É a fase mais ruim
Que o nosso destino indica;
De forte passa a medrica,
Já nem conhece o seu trilho,
É p’rá família um peguilho
Volta aos tempos de criança,
Conforme a idade avança
O homem vira empecilho.

Sempre a velhice foi dura
Feia, triste até mais não;
É digna de compaixão
A realidade mais pura.
Se a força nos não atura
Torna-se a vida banal,
O homem fica afinal
Em situação comovente,
Logo que um dia se sente
Velho e atacado p’lo mal.

Em tempos que já lá vão
Não metia tanto medo,
A mulher não tinha emprego
A não ser de ocasião;
Sentia satisfação
Em tratar os pais com brilho;
Agora é um espartilho
Não poder ser como era
O velho sabe o que o espera
Tenha ou não algum filho.

Hoje os filhos não podiam
A seus pais se dedicar;
Mesmo que quisessem dar
O amor que eles queriam.
Só p’ra herdar serviriam
Haver filhos do casal,
A vida não é igual,
O velho fica a saber
Se lhe faltar o poder
Vai morrer ao Hospital.


Poeta Alentejano José da Silva Máximo.!!!!